SONIA GUIMARÃES
"A primeira mulher negra a se formar em física no Brasil "
QUEM É SONIA GUIMARÃES?
Vamos lá,
Sonia Guimarães nasceu em 1957 em Brotas São Paulo, era filha de pai tapeceiro e mãe comerciante, dona de um buffet. Estudante de escola pública, e era uma aluna bastante aplicada tinha sempre uma das melhores da classe, com notas altas, especialmente em matemática.
Na adolescência, trabalhava para poder pagar um cursinho e prestar vestibular para engenharia civil. Quando não conseguia pagar integralmente o valor do cursinho, sua mãe ajudava.
Um de seus professores, porém, a orientou a buscar os cursos menos concorridos, o que a levou a escolher a física. Quando já estava cursando Física na Universidade Federal de São Carlos, Guimarães chegou a prestar vestibular para engenharia, mas as aulas sobre materiais sólidos acabaram agradando a estudante, que permaneceu na Física. De 50 alunos em sua sala, apenas cinco eram mulheres. Vale destacar que ela foi a primeira pessoa da família a entrar para a faculdade.
COMO FOI A SUA TRAJETÓRIA INICIAL?
1979 - Graduou-se com licenciatura plena em ciências.
1980 a 1983 - fez mestrado em Física Aplicada pela Universidade Federal de São Carlos, com a dissertação Desenvolvimento da Técnica Elipsométrica para Caracterização Ótica de Filmes Finos.
1986 - especializou-se em Química e Tecnologia dos Materiais e dos Componentes. Em 1986, após um breve período de pesquisa no Istituto LAMEL do CNR em Bologna, na Itália, ingressou no doutorado em materiais eletrônicos pelo Instituto de Ciência e Tecnologia, da Universidade de Manchester, na Inglaterra, trabalhando com microscopia eletrônica de varredura. Especialista na área de semicondutores, Guimarães liderava em 2016 uma pesquisa nacional sobre o desenvolvimento de sensores de calor.
1993 - ingressou como docente do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), sendo a primeira negra da instituição, que contava e ainda conta com um reduzido quadro de mulheres docentes. A instituição só passou a aceitar mulheres no vestibular nos anos 1990. Defensora da presença de mulheres na área de Exatas e no próprio ITA, as mulheres ainda são minoria na instituição. Dos 700 alunos que ingressaram no ITA entre 2013 e 2018, apenas 60 eram mulheres.
*Obs: Sonia foi contribuinte nata para o desenvolvimento do celular e do estágio de mulheres que cursam faculdades hoje em dia.
O QUE PENSARAM DE SONIA AO VEREM SUAS CONQUISTAS?
Bom, dizer que uma mulher se formou em uma faculdade nos anos 80 era quase um absurdo para a sociedade. Agora que uma mulher NEGRA teve essa dádiva realmente soava como uma sátira. Sonia teve que lidar com muita rejeição e falta de credibilidade ao longo de sua formação, principalmente no início. Ter uma figura feminina tentando se igualar ao homem tornava-se uma ameaça a tudo que foi pré estabelecido como ideal naquela época. Ela tinha noção da bandeira que estava levantando.
"Sou a primeira doutora negra em física do Brasil e fui a primeira mulher negra a dar aula na física do ITA, e eles nunca me perdoaram por isto”
PERSPECTIVAS FUTURISTAS ENTREGUES POR SONIA GUIMARÃES
"O futuro vai ser maravilhoso, uma vez que aqueles que estão no poder comecem a se preocupar com ele”, disse Sonia em entrevista ao Habitability, pois, segundo ela, não haverá futuro sem inclusão social. Um exemplo são os carros elétricos, que, apesar de já existirem, ainda são inacessíveis à população. “Não haverá uma troca do sistema de combustão para o sistema elétrico nos carros se as pessoas não tiverem condições para comprar os veículos”, aponta a professora. As inovações tecnológicas, acrescenta Sonia, precisam chegar a todos os espaços brasileiros. “Não só em São Paulo e no Rio de Janeiro”, brinca a pesquisadora.
MUDANÇAS PARA ACABAR COM A DESIGUALDADE
A Guimarães é Mantenedora da Faculdade Zumbi dos Palmares, que trabalha com projetos que envolvem estudantes de áreas carentes e marginalizadas ( favelas ) e em projetos feministas, que visem à maior inclusão de mulheres e negros no ambiente acadêmico a fim de reduzir a disparidade racial e de gênero na pesquisa brasileira.
Em 2017 foi criado dentro do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, o Coletivo Negro Sonia Guimarães, que visa ser um ambiente de acolhimento a estudantes negros da instituição.
Através de todas as informações fica explícito, a real vontade que Sonia tem de ver o desenvolvimento do futuro e das pessoas em si. Essa mulher lutou e luta pelo DIREITO DA MULHER, e principalmente pela MULHER NEGRA.
"Eu sei dos números que eu represento e quero que outras mulheres olhem para mim e vejam que é possível. Eu combato todos os dias um cenário que contrasta de mim só por estar aqui, mas eu quero mais que isso. Precisamos entender que todos os ambientes são nossos e lutar uns pelos outros."
-Sonia Guimarães
Esperamos que as informações passadas tenham servido de aprendizado! Obrigada.
ELABORAÇÃO:
Victoria Dias
Maria Eduarda Dias
Giovanna Franco
Luanna Farias
Alunas do Colégio Doutor Walter Belian - 3°B
TEMA GERADOR 2023
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