OSCULUM

Passadas firmes que fazem o chão de concreto da escola cantarolar pela forma rítmica e impecável de caminhar é apenas um dos muitos charmes deste adolescente, um dos adornos completamente naturais que acompanham John Doe (Zé Ninguém) quando ele surge. O seu nome não passa de uma denominação para cadáveres que morrem sem serem identificados, os famosos, ou talvez nem tanto assim, indigentes. Mas seus colegas de classe costumam chamá-lo apenas de Jack por ser mais cordial e menos esquisito. O que eles não sabem é que John Doe tem orgulho de seu nome, ele é o filho ilegítimo do ex-tenente do corpo de aviação do exercício; ex-repórter investigador obcecado por asiáticas; ex-espírita; ex-super-herói; e atual aventureiro das estranhezas Johnny Peril, um magnata fora dos grandes holofotes jornalísticos que usa o pseudônimo Mr. Nobody para ocultar sua real identidade que ainda segue desconhecida, ele atua por trás das cortinas, como um ventrículo com suas marionetes. Assim como seu pai, o garoto também esconde quem é. E o seu nome, por mais estranho que seja, nunca é questionado.

Aos olhos dos outros ele aparenta ser alguém alegre e engraçado que quase beira o ridículo pela imprudência e acidez com as palavras, mas todo esse semblante é pura falsidade e serve apenas para ocultar suas reais intenções. Por trás da beleza angelical há um ser fétido e misterioso que acha graça diante de pessoas em situações de vulnerabilidade, um ser inclinado para a vilania que faria qualquer coisa para cumprir seus objetivos. Ele é ambicioso e isso reflete diretamente em seu histórico acadêmico repleto de notas impecáveis. Tem potencial e determinação suficiente para ser um grande líder, embora às vezes, inconscientemente, seja um pouco inseguro. Por alguns também é descrito como sendo um pouco louco, pois quando apanha, seu rosto exibe um sorriso torto cadavérico que chega a congelar o sangue nas veias do oponente de tão bizarro e incomum. Mas não se engane, ele é plenamente são de seus atos e o comportamento sádico e masoquista acaba por ser apenas outro detalhe em sua terrível personalidade.

E as bizarrices não param apenas no caráter claramente duvidoso, elas se expandem até suas habilidades. Além de ter um básico grau em combate corpo a corpo, tem um vasto conhecimento no uso de armas que foi absorvido quase por osmose pela convivência com seu pai e o passado militar dele, isso lhe permite conhecer e utilizar armas de fogo com aptidão. No entanto, essas qualidades são quase banais perto de seu real poder. Assim como alguns animais conseguem utilizar mimetismo como forma de sobrevivência, Jack consegue copiar e armazenar as habilidades e poderes de outros seres ao tocá-los, mas a transição só pode ser assimilada por completo com um beijo. Sua única limitação parece ser o número de armazenagem; SETE, se os seus lábios entrarem em contato com mais de sete pessoas, tudo o que ele armazenou será perdido. Embora não se saiba o que deu origem ao seus poderes, mágica, ou mutação. Esse parece ser o dom ideal para um hedonista, um dom que quase beira a divindade, é como se Eros e Eris tivessem decidido trabalhar juntos para causar problemas.

Personagens e obras que serviram de base para esse personagem foram: Lila Pitts (Umbrella Academy); Yamada-Kun and the Seven Witches; Seojun (True Beauty); Rogue (X-Men); Gotham Academy