TOP 10: "Tem Que Ler!”

Recomendações de Leitura para China Lovers Iniciantes

Para os iniciantes: método e base histórica!

Recomendação #1 : O marxismo ocidental: como nasceu, como morreu, como pode renascer | Domenico Losurdo

“Nascido no coração do Ocidente, o marxismo se disseminou, com a Revolução de Outubro, por todos os cantos do mundo, desenvolvendo-se de maneiras diferentes e contrastantes, de acordo com o contexto histórico, social e econômico. À diferença do oriental, o marxismo ocidental perdeu o vínculo com a revolução anticolonialista mundial - ponto de virada decisivo do século XX - e acabou sofrendo um colapso. Em seu novo livro, Domenico Losurdo conta a parábola do marxismo ocidental: seu nascimento, sua evolução e sua queda. Uma obra polêmica e combativa, que pode ser considerada uma espécie de acerto de contas com o percurso do marxismo ocidental, repassando toda a sua trajetória até suas figuras atuais, como Slavoj Žižek, David Harvey, Alain Badiou, Giorgio Agamben e Antonio Negri, sem deixar de visitar pensadores já clássicos como Theodor W. Adorno, Max Horkheimer, György Lukács, Herbert Marcuse, Louis Althusser, Ernst Bloch e Jean-Paul Sartre. Losurdo diagnostica a 'morte' do marxismo ocidental, retraça sua gênese e coloca questões decisivas: seu renascimento seria possível nos dias atuais? Sob quais condições?”

Recomendação #2: ReORIENT: Global Economy in the Asian Age | André Gunder Frank

Esse clássico é obrigatório para, pelo menos tentarmos, superar nossa perspectiva histórica e analítica completamente eurocentrada. Sem pararmos de tentar encaixar as dinâmicas econômicas e políticas chinesas em nossas, já familiares, caixinha ocidentais simplesmente não é possível, de fato, acessar as múltiplas determinações que compõem a formação do gigante asiático.

Recomendação #3: The Great Divergence | Kenneth Pomeranz

Outro clássico para entendermos como se construiu historicamente a dinâmica Ocidente-Oriente e tentarmos superar muitos dos mitos que conformam a narrativa da superioridade ocidental.

Recomendação #4: Introdução Ao Estudo Do Método De Marx | José Paulo Netto

Neste breve e denso livro o professor José Paulo Netto traça um panorama da construção do método de Marx recuperando o contexto em que viveu e as referências teóricas nas quais Marx se baseou para edificar seu método; além disso, ele delinea os aspectos gerais da formulação teórica de Marx, sem incorrer em uma leitura dogmática ou manualesca. Este livro traz elementos para se compreender o pensamento de Marx, tendo em conta que ele “nunca foi um obediente servidor da ordem burguesa: foi um pensador que colocou, na sua vida e na sua obra, a pesquisa da verdade a serviço dos trabalhadores e da revolução socialista”

Recomendação #5: Crítica do Programa de Gotha | Karl Marx

“Em 1875, Marx encaminhou à cidade de Gotha um conjunto de observações críticas ao programa do futuro Partido Social-Democrata da Alemanha, resultado da unificação dos dois partidos operários alemães: a Associação Geral dos Trabalhadores Alemães, dirigida por Ferdinand Lassalle, e o Partido Social-Democrata dos Trabalhadores, dirigido por Wilhelm Liebknecht, Wilhelm Bracke e August Bebel, socialistas próximos de Marx.O projeto de programa proposto no congresso de união privilegiava as teses de Lassalle, o que suscitou críticas virulentas de Marx em forma de carta direcionada aos dirigentes. Sua oposição devia-se não à fusão dos partidos - quanto a isso era da opinião de que 'cada passo do movimento real é mais importante do que uma dezena de programas' -, mas ao estatismo exacerbado que ganhara espaço nas diretrizes do novo partido.Nem a favor do poder absoluto do Estado proposto por Lassalle, nem da ausência de Estado proposta pelos anarquistas: a proposição de Marx era a 'ditadura revolucionária do proletariado', forma de Estado que teria lugar durante o período de transformação revolucionária que conduziria ao advento da sociedade comunista. Segundo ele, as cooperativas 'só têm valor na medida em que são criações dos trabalhadores e independentes, não sendo protegidas nem pelos governos nem pelos burgueses'.Essas glosas marginais sobre o Programa de Gotha somente foram publicadas em 1891, muito depois da morte de Marx, por Friedrich Engels, na revista socialista Die Neue Zeit, dirigida por Karl Kautsky. Ao longo do século XX, esse conjunto disperso de notas tornou-se documento coerente de combate contra o socialismo aliado ao Estado.Novas luzes também são lançadas sobre outros temas: 'Se lermos esse documento à luz dos debates do século XXI, alguns de seus aspectos ganham novo interesse no contexto dos atuais debates sobre a ecologia. É o caso da afirmação categórica de que o trabalho não é o único gerador de riqueza, a natureza o é tanto quanto ele. Assim, a crítica de muitos ecologistas a Marx - só o trabalho é fonte de valor - revela-se um mal-entendido: o valor de uso, que é a verdadeira riqueza, também é um produto da natureza', afirma o sociólogo Michael Löwy no prefácio da primeira edição em língua portuguesa de Crítica do Programa de Gotha, pela Boitempo. Com amplo material complementar, como diversas cartas de Karl Marx e Friedrich Engels, incluindo a famosa carta deste a August Bebel, de março de 1875, analisada por Lenin em O Estado e a revolução (1917), esta edição situa o texto em seu contexto histórico e traz um dos pronunciamentos mais detalhados de Marx sobre assuntos revolucionários, tendo em vista o comunismo. O volume inclui também as atas do Congresso de Gotha, documentos raríssimos e de grande valor para estudiosos do marxismo. Outra novidade é a inclusão dos comentários de Marx ao livro Estatismo e anarquia, de Mikhail Bakunin, redigidos na mesma época de Crítica do Programa de Gotha. Nesses escritos, Marx rebate as críticas de Bakunin sobre o suposto estatismo marxista e sua proximidade com Lassalle.”

Recomendação #6: Mao Zedong e a Revolução Chinesa - métodos de direção e desafios da transição ao socialismo | Org. Miguel Stédile

Para compreender a contemporaneidade chinesa é necessário conhecer a teoria e a prática que conformaram a Revolução Popular Socialista. Sou totalmente partidária de voltar aos clássicos, no caso, ler Mao Zedong é conhecer todo processo revolucionário diretamente de uma de suas principais mentes.
Gostaria, inclusive, de dar ênfase ao texto que trata Das Contradições, que nos dá elementos centrais não só para entendermos o passado e o presente chinês, mas para repensarmos muitas das nossas concepções praticamente edípicas sobre a revolução e o socialismo.

Recomendação #7: Adam Smith em Pequim: origens e fundamentos do século XXI | Giovanni Arrighi

Sou até suspeita para comentar sobre esse livro, foi ele que me levou, há alguns anos, a me aventurar na missão de entender o processo de desenvolvimento chinês.
Excelente, trata de dinâmicas contemporâneas chinesas e globais com a devida historicização da análise. Leitura, em regra, fluída apesar da altíssima densidade. Imprescindível!

Recomendação #8: A China Regrediu ao Capitalismo? Reflexões sobre a Transição do Capitalismo para o Socialismo | Domenico Losurdo

Trago especificamente este artigo de Domenico Losurdo, pois trata de questões econômicas e políticas do processo de Reformas de Abertura com a devida historicização do fenômeno, além da necessário vetor anti-colonial. Traz reflexões centrais que colocam em cheque muitas concepções naturalizadas, cujo questionamento é sempre bem-vindo.

Recomendação #9: China: Socialismo e desenvolvimento, sete décadas depois | Elias Jabbour

Tive a feliz oportunidade de ser coorientada no meu mestrado pelo Elias Jabbour, e atualmente no Brasil é praticamente impossível falar sobre China sem lançar mão das suas grandes contribuições.
Essa obra conjuga uma série de artigos que faz um ótimo apanhado para compreender as 7 décadas de desenvolvimento nacional posterior à Revolução de 1949.
Fica a fortíssima indicação desse livro e de todas as outras produções de Elias.

Recomendação #10: A CONSTRUÇÃO DO SOCIALISMO NA CHINA E AS REFORMAS ECONÔMICAS PÓS-REVOLUÇÃO CULTURAL | RAUL K. M. CARRION

“Há mais de duas décadas, o “projeto econômico reformador” do Partido Comunista vem garantindo à China as mais elevadas taxas de desenvolvimento do mundo, retirando – só nos últimos 20 anos, segundo dados da própria ONU – mais de 200 milhões de chineses da pobreza.
Por isso, o estudo da exitosa experiência de construção econômica de uma nação como a China – de dimensões continentais, com uma população de mais de um bilhão de habitantes, que a cada ano está conseguindo libertar da pobreza milhões de pessoas – é algo que interessa não só os que almejam o fim da sociedade de classes e a eliminação da exploração do homem pelo homem, mas também aqueles que buscam caminhos para romper com a subordinação neoliberal dos nossos países.
O tema, até pela sua atualidade, recém começa a ser estudado, havendo poucos trabalhos – demasiado pontuais ou demasiado genéricos – sobre o assunto.
Com essa monografia, pretendemos contribuir para esse debate, examinando desde uma perspectiva militante e marxista-leninista a experiência chinesa, confrontando-a com as demais experiências de construção do socialismo e com as concepções dos clássicos do marxismo (e do próprio Mao Zedong, mas não somente dele) sobre a transição do capitalismo ao socialismo.
No mesmo diapasão, buscaremos entender como a China se insere na globalização neoliberal de forma soberana, sem subordinar-se aos interesses do capital financeiro internacional, algo vital para países como o Brasil, que procura construir um projeto nacional- desenvolvimentista, fora da lógica neoliberal.
Por isso mesmo, o centro deste trabalho são as reformas econômicas realizadas na China após a Revolução Cultural – de 1978 aos dias de hoje –, configurando o que os dirigentes do Partido Comunista da China denominam de “Socialismo com peculiaridades chinesas”.
Entretanto, para tornar inteligível o tema, examinaremos de maneira rápida o processo revolucionário que levou o Partido Comunista da China ao Poder, as primeiras transformações econômicas na China revolucionária, a experiência do Grande Salto à Frente e os dez anos da Revolução Cultural, única forma de podermos compreender o que foi “reformado”.”

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